Thaís Russomano
A memória da escrita
Por Thaís Russomano
Em 17 de fevereiro de 1600, foi morto, aos 52 anos de idade, no Campo de Fiori em Roma, o teólogo, filósofo, frade e escritor Giordano Bruno, condenado à fogueira pela Congregaçāo da Sacra, Romana e Universal Inquisiçāo do Santo Ofício, por ousar defender erros teológicos, o que o classificou como herege.
Uma de suas teorias se referia ao fato de que o Universo era infinito, povoado por incontáveis estrelas, como o próprio Sol, e outros planetas, os quais, possivelmente, eram habitados por seres inteligentes. Muitas de suas ideias tiveram como base os estudos de Nicolau Copérnico, um importante matemático do século 16, que formulou o modelo astronômico que colocava o Sol no centro do Universo – o heliocentrismo – deslocando nosso planeta do centro de cosmos, a teoria do geocetrismo.
Giordano Bruno defendeu em sua obra Acerca do Infinito Universo e Mundos, de 1584, que o espaço sideral era infinito, pois, para ele, não haveria qualquer razão plausível para que existisse uma linha divisória que limitasse seu tamanho, confinando-o a um local fechado. Foram teorias como essas que o levaram à fogueira pela Santa Inquisição.
Em 1599, a Igreja Católica exigiu sua retratação, que evitaria a pena de morte, mas ele se recusou, e a sentença foi então proferida pelo Papa Clemente VIII. Giordano Bruno não se retratou, pois, para ele, sua teoria não era somente científica, mas também religiosa – “O Universo é infinito porque Deus é infinito. Como acreditar que Ele possa ter criado algo limitado?” - Essa era sua crença - uma crença que se mostrou mortal!
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário